Breve inquérito a mães normais (6)
A próxima mãe é uma prima querida que o casamento me trouxe. Lamento apenas a distância que nos separa, porque é sem dúvida das pessoas boas que gostaria de ter por perto. Eu explico, a Paula vive nos Açores, rodeada de lagoas, paisagem verde e vaquinhas sem stress. É mãe de dois rapazes muito especiais, preocupa-se acima de tudo que eles saibam que são amados, (é cá das minhas!), experimentou a tortura do sono com o mais novo (estamos juntas!) e sobreviveu, é professora dos filhos dos outros e das que gostam do que fazem.
Paula, 41 anos, professora, 2 filhos, um rapaz com 11 e outro com 5 anos.
Qual a coisa de que tens mais saudades de fazer desde que és mãe?
Desde que sou mãe tenho saudades de ter tempo para mim, de “vegetar”, ou seja, estar horas a ver uma série, deitada no sofá ou na cama, a comer o que me apetece, sem interrupções.
O que mudou em ti com a maternidade?
Com a maternidade melhorei enquanto pessoa, enquanto profissional, enquanto mulher (passe o “cliché”)… Aprendo tanto, todos os dias, reaprendo, ponho tudo em perspetiva, sinto-me capaz de enfrentar certas situações porque os tenho.
És a mãe que imaginaste?
Quase sempre. Às vezes, grito mais do que queria, outras, cedo mais do que devia. Sinto que cresço com eles. No entanto, sei que sempre disse que quando tivesse filhos, eles saberiam, sem nunca duvidar, que são muito amados, e isso, tenho a certeza que estou a fazer bem.
Que conselho darias a alguém que está a pensar em ser mãe?
Diria que tudo muda, que é como a canção “Um amor para a vida toda…”, um amor que exige muito de nós, que nos põe à prova, que nos faz chorar e duvidar, mas um amor que te enche por completo a vida. Por isso, há que pensar bem antes de tomar esta decisão, pensar nas noites sem dormir, nas birras, nas doenças, na falta de tempo para cuidar de nós… Todas aquelas situações em que não pensamos quando decidimos ter filhos.