Não se atiram bolas à cabeça dos filhos dos outros
Sabem aquelas mães que têm vontade de atirar uma bola à cabeça dos miúdos que passam à frente dos filhos no escorrega e nos baloiços? Ou de dar um empurrão às miúdas irritantes? Ou até dar um berro aos miúdos que se metem com os mais novos? Eu sou dessas mães.
Fico a ferver, com fumo a sair das orelhas e a pensar se me posso esconder atrás de um arbusto e atirar uma bola em cheio à cabeça dos miúdos parvos.
- Quem foi? Não se faz, coitadinho do parvinho.
Não posso, não é? Tenho filhos para criar, não se atira bolas aos filhos dos outros e bla bla bla, por isso a minha opção foi ensinar a minha filha a empurrar.
Literalmente.
Parece que agora os miúdos levam o dia a empurrar-se uns aos outros e a serem parvos uns para os outros e a minha filha não sabe jogar esse jogo. No meu tempo também devia ser assim, mas eu sou antiga, já foi há muito tempo e agora eu sou a mãe, a mãe que sente as dores dos filhos. E por isso resolvi ensinar-lhe as regras do jogo do empurra.
A regra número um é defender-se primeiro e queixar-se depois. Todos sabemos que os queixinhas estão fodidos, passam facilmente a saco de pancada. Então, primeiro dá com o pé que estiver mais à mão e depois pode queixar-se.
A regra número dois é defender-se primeiro e queixar-se depois. Não tenho mais regras para este jogo, é difícil explicar a uma miúda de cinco anos que na vida vai encontrar muita gente que a vai tentar empurrar e que o melhor é mesmo aprender a defender-se.
Ensinei-a a defender-se e não a atacar, expliquei-lhe o valor das palavras, que às vezes dizer que não somos amigas deixa de ser verdade no minuto a seguir, que podemos perdoar e não dar importância a quem não nos faz bem e depois peguei numa almofada e disse-lhe para empurrar, com força. Ela riu-se, empurrou com força, prometeu que se ia defender melhor e eu abracei-a.
Sim, eu sou dessas mães, nem pensem em foder-me a cabeça por isso.
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